sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Coimbra

Escrito por Diário de Coimbra
COM HORÁRIO ALARGADO

Creche da Misericórdia aberta
às sextas e sábados até às 00h30

Nova valência presta homenagem a Margarida Brandão, filha do casal que doou a moradia à Santa Casa

A Santa Casa da Misericórdia de Coimbra inicia em Setembro uma nova fase na sua história, ao acrescentar mais uma valência à vasta oferta de apoio social. A pensar nos mais pequeninos e nas suas famílias, a creche Margarida Brandão abre portas no dia 1 na antiga moradia da família do médico Mário Brandão, situada na Rua Brigadeiro Correia Cardoso, doada, em tempos, à Misericórdia.
Com uma lotação de 48 crianças, a creche, que resultou de um investimento a rondar os 220 mil euros - 147,507 deles comparticipados pelo programa Pares -, vai funcionar com um horário alargado, abrindo portas também aos sábados. De acordo com o vice-provedor, José Vieira, esta era uma das «grandes necessidades» que se verificava em Coimbra, porque há muitos pais que trabalham ao fim-de-semana, sublinha. Mas, a Santa Casa da Misericórdia está também a pensar nos pais que não têm a quem deixar os filhos e, de vez em quando, gostavam de ter um programa a dois.
A partir de Setembro, isso não vai ser mais problema, porque às sextas-feiras e sábado, a creche vai funcionar entre as 7h30 e as 00h30, sendo que de segunda a quinta-feira, o horário é das 7h30 às 19h30. O objectivo é criar «um serviço útil para a população», explica José Vieira, garantindo um apoio personalizado e atento a todas as necessidades e hábitos das crianças, sempre que os pais solicitem esse serviço para lá da hora do jantar.
A poucos dias da abertura, a azáfama dos últimos trabalhos toma conta da casa. Nas paredes já se vêem as cores: azul, amarelo ou laranja, consoante o espaço. Faltam os retoques finais, os arranjos no espaço exterior e o equipamento também está quase a chegar para que, no dia 1, esteja tudo a postos para dar as boas-vindas aos novos “donos” desta moradia, que a família Brandão deixou em testamento à Santa Casa da Misericórdia, depois de ver a filha falecer precocemente.
«Era obrigação» da instituição perpetuar a memória de Margarida, explica José Vieira, acrescentando que a direcção da Santa Casa optou então por adaptar a moradia na Rua Brigadeiro Correia Cardoso, nos Olivais, e transformá-la na primeira creche da instituição. «Queremos que esta valência seja autónoma e auto-sustentável», frisa o vice-provedor, dando conta que para o berçário já há lista de espera, as salas de um ano estão cheias, faltando poucas crianças para se chegar ao limite nos dois anos.

Segue-se jardim-de-infância
Com uma mensalidade definida consoante os rendimentos dos pais, a creche vai funcionar sob a direcção técnica de Cristina Palos e terá quatro educadores de infância. Todo o acesso ao edifício proceder-se-á de forma digital, para maior segurança das crianças, estando, igualmente a funcionar duas câmaras de vigilância electrónica.
De acordo com o vice-provedor, em breve, a Santa Casa da Misericórdia de Coimbra deverá avançar com a criação de um jardim-de-infância, mas antes é necessário encontrar as instalações ideais, se possível também numa moradia doada à instituição. Porque, ao contrário que muitos pensam, a Misericórdia «não é rica».
«A nossa grande riqueza é estar ao serviço das pessoas», frisa, desmistificando a ideia de que os Jogos Santa Casa são suficientes para manter os cofres das instituições cheios. José Vieira garante que não é assim e que a realidade das santas casas do país é bem distinta da de Lisboa, que tem direcções nomeadas pelo governo, enquanto nas outras organizações se trabalha voluntariamente.

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