sábado, 11 de setembro de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Constância

Equipamento social vai ser construído na aldeia de Santa Margarida da Coutada
Misericórdia de Constância com novo lar para idosos em 2012

Investimento de 1,7 milhões de euros há muito ambicionado terá capacidade para 40 utentes.

A comemorar 450 anos de existência, a Santa Casa da Misericórdia de Constância iniciou na quarta-feira, 1 de Setembro, a construção de um lar de idosos com capacidade para 40 utentes na freguesia de Santa Margarida da Coutada. Um investimento de 1,7 milhões de euros há muito ambicionado e que foi assinalado com a habitual sessão de lançamento da primeira pedra do equipamento, presidida pela secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz.

Antes de proceder ao acto simbólico, a governante visitou a sede da Santa Casa da Misericórdia, um antigo hospital, tendo visto como ficou a “Galeria dos Provedores”, onde podem ser vistas algumas fotografias e assinaturas digitalizadas de antigos provedores. Após a visita ao espaço e de trocar algumas palavras com os utentes, Idália Moniz foi convidada para ir até ao cais de Constância apanhar o barco até ao outro lado do Tejo, onde viria a ser surpreendida por um grupo de manifestantes que exigiam respostas sobre a reabertura da ponte de Constância (ver peça nesta edição).

Facto notado pelo actual provedor desta instituição, Paulo Teixeira - e elogiado pela secretária de Estado - foi a celeridade que com todo o processo se desenrolou, em apenas um mês. Com êxito, uma vez que a candidatura a fundos comunitários viria a ser aprovada em 60 por cento a fundo perdido, no âmbito da medida Plano Operacional Potencial Humano (POPH).

“No dia 30 de Março de 2010 tivemos conhecimento do POPH. Trabalhámos em conjunto com a autarquia para elaborarmos esse projecto e conseguir apresentá-lo em condições até 30 de Abril, data em que terminava o prazo”, disse o provedor aos presentes, num palanque improvisado no terreno descampado onde vai surgir o equipamento e onde um rebanho de ovelhas se encontrava, no momento, a pastar.

Com uma capacidade de acolhimento de 40 utentes e uma área total de construção de 4600 metros quadrados, dos quais cerca de 2 mil de área exterior ajardinada, o equipamento vai ser erguido num terreno cedido pela Câmara Municipal de Constância. A autarquia irá contribuir financeiramente com 30 por cento do total de investimento do equipamento, estando previsto que o novo equipamento social fique concluído em 2012.

Paulo Teixeira frisou que o projecto visa “dar uma resposta efectiva a uma necessidade sentida” pela população mais idosa, tendo afirmado que a base de dados ao nível de inscrições de utentes, em lista de espera, justifica a sua construção. “O número de 40 utentes afigura-se-nos como sendo o adequado a um projecto desta natureza, tendo em conta as pessoas em lista de espera, sendo um valor que permitirá assegurar a auto sustentabilidade do equipamento”, afirmou o responsável.

O novo equipamento vai levar uma reorganização dos recursos humanos existentes nas actuais valências da Misericórdia, nomeadamente no lar existente em Constância e no serviço de apoio domiciliário, afirmou o Provedor, tendo acrescentado que serão criados 17 novos postos de trabalho, a contratar de acordo com as admissões de utentes. O presidente da Câmara Municipal de Constância, Máximo Ferreira (CDU), pediu que o apoio domiciliário fosse alargado a todas às quatro freguesias do concelho mas Paulo Teixeira reconhece que neste momento é difícil alargar a estrutura de modo a servir essas pretensões.

O encerramento da ponte sobre o rio Tejo em Constância levou a que o orçamento mensal da instituição se agravasse. “Não temos condições, nem material indicado para poder fazer o transporte da alimentação que damos aos idosos pelo rio e vencendo uma distância de areal. Neste momento fazemos, com a nossa viatura, 80 quilómetros e demoramos 50 minutos quando antes fazíamos a mesma tarefa em pouco tempo e com menos gasolina”, disse o responsável a O MIRANTE que por esta razão também apelou, no discurso da tarde, a Idália Moniz que intercedesse, “dentro da sua esfera de influência”, para que o problema da ponte se resolva rapidamente.

O Mirante

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