sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco

COMO ERA HÁ MUITOS ANOS E COMO É ACTUALMENTE
O Natal visto por duas gerações
O Natal é tempo de se reunir a família e receber prendas. Antigamente, como os tempos eram difíceis, eram poucas, com o passar dos anos a quantidade de presentes aumentou e o valor deles também


O Natal é, e sempre foi só um, mas ao longo dos tempos esta festa da família tem sido vivida de forma diferente, como resultado da evolução da sociedade e, claro está, da realidade económica que se verifica em cada momento.

A reunião familiar na quadra natalícia é comum a todos os momentos, bem como as prendas, embora aqui se verifiquem grandes diferenças. Se há muitos anos atrás as crianças recebiam alguns chocolates e ficavam alegres, actualmente, a parada é bem mais alta, e para além de receberem muitas prendas, o valor destas também aumentou significativamente.

Para saber como era vivido o Natal, há muitos anos e actualmente, a Gazeta foi à Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco falar com duas gerações.

Por um lado, é relembrado como era o Natal para António Pereira, de 80 anos, quando era criança, enquanto por outro, Eduardo Martins, de cinco anos, narra as suas jovens experiências natalícias.

António Pereira, que é utente do Lar da Misericórdia, é natural de Castelo Novo, no Concelho do Fundão, onde viveu os seus tempos de menino com os pais e sete irmãos.

Recorda que a preparação para o Natal começava bem antes, "quando íamos apanhar azeitona pelo campos fora, sempre com a esperança que fizesse vento e ela caísse para o chão".

Esta tarefa realizava-se, porque "a minha mãe dizia que era para fazermos muitas filhós e, por isso, lá andávamos nós a ver se apanhávamos muita azeitona. Depois, o meu avô, que era lagareiro, era quem a moía e tínhamos azeite".

Nos tempos de meninice de António Pereira, as filhós eram confeccionadas no dia 22 de Dezembro, por tradição, porque "era nesse dia que a minha mãe fazia anos".

Afirma que esse era um dia "em que estávamos todos contentes", recordando com um sorriso nos lábios, que "a minha mãe estendia as filhós, o meu pai virava-as e eu, como era o mais velho, metia-as num cesto, protegido com um pano, para não o sujar de azeite".

Na altura do Natal, "os meus avós vinham para a minha casa, todos cantávamos o Menino Jesus e fazíamos uma festa muito grande".

Também relembra que, "naquele tempo, o café era só quando se estava doente, mas na noite de Natal, à meia-noite, íamos à Missa do Galo e quando voltá-vamos bebíamos o café e comía-mos fatias douradas".

(…) A notícia continua na íntegra na edição impressa do Jornal.


23-12-2009 Edição: 1097
Gazeta do Interior

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