segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Santa Casa da Misericórdia do Porto

BE denuncia cerco à Casa da Prelada
Ontem
CARLA SOARES
O Bloco de Esquerda acusou, ontem, a Câmara do Porto de promover o "aniquilamento" e o "cerco" à Casa da Prelada, pela atitude de "submissão à ganância imobiliária" no licenciamento de mais um edifício de cinco pisos.

"Tem havido um licenciamento urbanístico sem acautelar a presença de um património arquitectónico e cultural como a Casa da Prelada", denunciou o deputado municipal José Castro, recordando que se trata de um imóvel classificado pelo seu interesse público e de um exemplo da arquitectura de Nasoni. Após um primeiro licenciamento em 2006, o BE nota que , em Junho deste ano, foi licenciada "mais uma construção de cinco pisos acima do solo" para um prédio residencial.

O primeiro, acusa José Castro, fica "mesmo em frente à entrada principal" da Casa da Prelada. Além disso, a nova construção fica "quase colada ao muro " que pertence àquela casa. Com o segundo licenciamento, o BE diz que o imóvel classificado "fica praticamente escondido" e, por isso, fala de "um cerco". O que considera ser "ainda mais grave" quando a Santa Casa da Misericórdia do Porto, dona do espaço, anunciou obras de requalificação. A Casa da Prelada acolherá o seu arquivo, exposições, conferências e um núcleo do museu.

"É uma questão de bom senso", conclui José Castro, defendendo a revisão dos critérios de licenciamento, em vez da Câmara "ceder à ganância imobiliária". O BE fala de "aniquilamento" porque diz tratar-se de "um atentado" ao património. Além disso, nota que se deveria ter aproveitado para alargar o caminho de acesso à casa. José Castro questiona, por isso, se o novo viaduto que está a ser construído "não terá como primeira finalidade a abertura de uma nova frente urbana" na zona envolvente da quinta da Prelada.
JN

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