quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

San­ta Casa da Mise­ri­cór­dia de Arga­nil

Escrito por Mar­ga­ri­da Alva­ri­nhas

Apoio domi­ci­liá­rio deve
inte­grar pro­fis­si­o­nais de saú­de

O aten­di­men­to soci­al ao domi­cí­lio já é fei­to, atra­vés das mise­ri­cór­dias e outras IPSS’s. Ago­ra é pre­ci­so levar a área da saú­de a casa dos ido­sos e depen­den­tes. Quem o diz é Dias Coim­bra, pre­si­den­te do Secre­ta­ria­do Regi­o­nal de Coim­bra da Uni­ão das Mise­ri­cór­dias Por­tu­gue­sas, que ama­nhã, na Figuei­ra da Foz, é um dos anfi­tri­ões da Gala da Uni­ão das Mise­ri­cór­dias Por­tu­gue­sas. Ao todo, são cer­ca de uma cen­te­na as mise­ri­cór­dias que vão estar pre­sen­tes no encon­tro e Dias Coim­bra con­si­de­ra que esta é uma boa opor­tu­ni­da­de para sen­si­bi­li­zar ins­ti­tu­i­ções e Gover­no para a neces­si­da­de de dina­mi­zar o «apoio domi­ci­liá­rio inte­gra­do de saú­de».
«Já se mudam fral­das, levam refei­ções, etc, mas é pre­ci­so mais», con­si­de­ra o tam­bém pro­ve­dor da San­ta Casa da Mise­ri­cór­dia de Arga­nil, refe­rin­do-se aos «médi­cos, enfer­mei­ros, psi­có­lo­gos» e outros pro­fis­si­o­nais que é neces­sá­rio levar a casa dos uten­tes, numa lógi­ca de cui­da­dos con­ti­nu­a­dos. Con­fes­san­do-se defen­sor da per­ma­nên­cia dos ido­sos na sua pró­pria casa «sem­pre que pos­sí­vel», Dias Coim­bra lem­bra que «não é pos­sí­vel aco­lher toda a gen­te em lares», daí a neces­si­da­de de encon­trar novas res­pos­tas.
Na gala de ama­nhã, no Casi­no Figuei­ra, onde vão estar cer­ca de 300 pes­so­as, em repre­sen­ta­ção de uma cen­te­na de mise­ri­cór­dias de todo o país, inclu­in­do ilhas, vai tam­bém ser dado a conhe­cer o Helppho­ne, um pro­jec­to-pio­nei­ro no dis­tri­to de Coim­bra que leva, pre­ci­sa­men­te, a área soci­al a casa dos uten­tes. Dá-se cor­po, des­ta for­ma, ao tema da gala – “As Mise­ri­cór­dias e a Ino­va­ção”. «É uma expe­ri­ên­cia bem suce­di­da que que­re­mos alar­gar a todo o país», dese­ja o pro­ve­dor.

Helppho­ne com assis­tên­cia per­ma­nen­te
À dis­tân­cia de um “clic”, no apa­re­lho que os uten­tes tra­zem ao pei­to ou ao pul­so, che­ga toda a assis­tên­cia que neces­si­tam. O con­tac­to é fei­to atra­vés da Helppho­ne, um call-cen­ter de uma empre­sa com sede no Por­to, que medi­an­te um con­tra­to com as mise­ri­cór­dias, uten­tes ou outras ins­ti­tu­i­ções, dá a res­pos­ta soli­ci­ta­da. Seja o pedi­do de bom­bei­ros para levar a uma urgên­cia, seja por­que há sus­pei­ta de ladrões em casa ou outro qual­quer moti­vo. Mui­tas vezes, diz Dias Coim­bra, é ape­nas a angús­tia que leva as pes­so­as a accio­nar o Helppho­ne. «Quan­do ligam e pedem des­cul­pa por terem liga­do “sem que­rer” às cin­co da manhã é soli­dão», exem­pli­fi­ca o pro­ve­dor, con­si­de­ran­do que esta é uma boa res­pos­ta para «evi­tar que as pes­so­as sai­am de casa e pro­cu­rem cada vez menos res­pos­tas assis­ti­das».
O pro­jec­to do Helppho­ne teve iní­cio na Figuei­ra da Foz. Des­de então gene­ra­li­zou-se a todos os con­ce­lhos do dis­tri­to de Coim­bra e não só e já há até câma­ras muni­ci­pa­is, jun­tas de fre­gue­sia e outras ins­ti­tu­i­ções que com­pram os apa­re­lhos para os seus ido­sos. «Só em Arga­nil há mais de uma cen­te­na de pes­so­as com o apa­re­lho», exem­pli­fi­ca Dias Coim­bra, falan­do de uma das gran­des van­ta­gens do Helppho­ne: a «assis­tên­cia per­ma­nen­te».
«Acho que já nos sen­ti­mos um país civi­li­za­do», diz, em jei­to de brin­ca­dei­ra, Dias Coim­bra, con­si­de­ran­do que o Helppho­ne, não sen­do “inven­ta­do” no nos­so país, está a ter resul­ta­do mui­to posi­ti­vos. «Era bom que fizés­se­mos a cober­tu­ra do país nos pró­xi­mos três ou qua­tro anos», con­clui, con­si­de­ran­do que a ini­ci­a­ti­va de ama­nhã, mais do que uma gala, será um encon­tro indis­pen­sá­vel para que as mise­ri­cór­dias per­ce­bam a impor­tân­cia des­tes pro­jec­tos. E o fac­to de esta­rem cer­ca de 300 pes­so­as ins­cri­tas «já é pro­va que estão inte­res­sa­das».
Sob o tema “As Mise­ri­cór­dias e a Ino­va­ção”, a Gala da Uni­ão das Mise­ri­cór­dias Por­tu­gue­sas come­ça com a apre­sen­ta­ção, às 20h00, de um caso prá­ti­co pela empre­sa Helppho­ne, a que se segue a assi­na­tu­ra de um pro­to­co­lo entre esta empre­sa e a Uni­ão da Mise­ri­cór­dias. As inter­ven­ções têm lugar às 20h30 e o jan­tar meia hora depois. A noi­te é ani­ma­da com a actu­a­ção do Gru­po de Fados de Coim­bra e com o show inter­na­ci­o­nal “Hot­legs”.

Diário de Coimbra

Sem comentários: