Escrito por Margarida Alvarinhas
Apoio domiciliário deve
integrar profissionais de saúde
O atendimento social ao domicílio já é feito, através das misericórdias e outras IPSS’s. Agora é preciso levar a área da saúde a casa dos idosos e dependentes. Quem o diz é Dias Coimbra, presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas, que amanhã, na Figueira da Foz, é um dos anfitriões da Gala da União das Misericórdias Portuguesas. Ao todo, são cerca de uma centena as misericórdias que vão estar presentes no encontro e Dias Coimbra considera que esta é uma boa oportunidade para sensibilizar instituições e Governo para a necessidade de dinamizar o «apoio domiciliário integrado de saúde».
«Já se mudam fraldas, levam refeições, etc, mas é preciso mais», considera o também provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, referindo-se aos «médicos, enfermeiros, psicólogos» e outros profissionais que é necessário levar a casa dos utentes, numa lógica de cuidados continuados. Confessando-se defensor da permanência dos idosos na sua própria casa «sempre que possível», Dias Coimbra lembra que «não é possível acolher toda a gente em lares», daí a necessidade de encontrar novas respostas.
Na gala de amanhã, no Casino Figueira, onde vão estar cerca de 300 pessoas, em representação de uma centena de misericórdias de todo o país, incluindo ilhas, vai também ser dado a conhecer o Helpphone, um projecto-pioneiro no distrito de Coimbra que leva, precisamente, a área social a casa dos utentes. Dá-se corpo, desta forma, ao tema da gala – “As Misericórdias e a Inovação”. «É uma experiência bem sucedida que queremos alargar a todo o país», deseja o provedor.
Helpphone com assistência permanente
À distância de um “clic”, no aparelho que os utentes trazem ao peito ou ao pulso, chega toda a assistência que necessitam. O contacto é feito através da Helpphone, um call-center de uma empresa com sede no Porto, que mediante um contrato com as misericórdias, utentes ou outras instituições, dá a resposta solicitada. Seja o pedido de bombeiros para levar a uma urgência, seja porque há suspeita de ladrões em casa ou outro qualquer motivo. Muitas vezes, diz Dias Coimbra, é apenas a angústia que leva as pessoas a accionar o Helpphone. «Quando ligam e pedem desculpa por terem ligado “sem querer” às cinco da manhã é solidão», exemplifica o provedor, considerando que esta é uma boa resposta para «evitar que as pessoas saiam de casa e procurem cada vez menos respostas assistidas».
O projecto do Helpphone teve início na Figueira da Foz. Desde então generalizou-se a todos os concelhos do distrito de Coimbra e não só e já há até câmaras municipais, juntas de freguesia e outras instituições que compram os aparelhos para os seus idosos. «Só em Arganil há mais de uma centena de pessoas com o aparelho», exemplifica Dias Coimbra, falando de uma das grandes vantagens do Helpphone: a «assistência permanente».
«Acho que já nos sentimos um país civilizado», diz, em jeito de brincadeira, Dias Coimbra, considerando que o Helpphone, não sendo “inventado” no nosso país, está a ter resultado muito positivos. «Era bom que fizéssemos a cobertura do país nos próximos três ou quatro anos», conclui, considerando que a iniciativa de amanhã, mais do que uma gala, será um encontro indispensável para que as misericórdias percebam a importância destes projectos. E o facto de estarem cerca de 300 pessoas inscritas «já é prova que estão interessadas».
Sob o tema “As Misericórdias e a Inovação”, a Gala da União das Misericórdias Portuguesas começa com a apresentação, às 20h00, de um caso prático pela empresa Helpphone, a que se segue a assinatura de um protocolo entre esta empresa e a União da Misericórdias. As intervenções têm lugar às 20h30 e o jantar meia hora depois. A noite é animada com a actuação do Grupo de Fados de Coimbra e com o show internacional “Hotlegs”.
Diário de Coimbra
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