segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Santas Casas da Misericórdia do distrito de Coimbra

Coimbra

Misericórdias reclamam
farmácias sociais

O Conselho Distrital de Coimbra das Misericórdias filiadas na União das Misericórdias Portuguesas (UMP), reuniu, sábado, na congénere de Tentúgal, para apresentação e discussão do Plano de Actividades para o ano de 2010 e análise e discussão do Protocolo de Cooperação celebrado entre a União das Misericórdias Portuguesas e o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
À margem da reunião, aludindo aos temas em apreciação, e que mais preocupam o Secretariado Regional, José Dias Coimbra, presidente deste órgão, referiu «a preocupação com os cuidados continuados integrados (de saúde)», porque, afirmou, «no distrito de Coimbra ainda existem misericórdias que não usufruem desse serviço, apesar de já terem os seus projectos aprovados». «A falta de financiamento das entidades tutelares está a prejudicar as misericórdias do Baixo Mondego, uma vez que as do Pinhal Interior Norte estão em franco desenvolvimento», disse, fundamentando que «o atendimento social ao domicílio já é feito; agora é preciso levar a área da saúde a casa dos idosos e dependentes».
Dias Coimbra considerou que «o secretariado regional está empenhado, conjuntamente com a UMP, na sensibilização das instituições e do Governo para a necessidade de dinamizar o «apoio domiciliário integrado de saúde», porque «sempre que possível deve-se retardar a ida dos idosos para os lares e residências assistidas». Daí, prossegue, «torna-se imperioso constituir equipas multidisciplinares para a assistência social nos domicílios», sublinhando que «já levamos as refeições e fazemos a higiene aos idosos, mas temos de complementar esses serviços com os cuidados de saúde, as injecções e as sessões de fisioterapia».
«Pretendemos que as farmácias sejam restituídas às Misericórdias», acentuou José Dias Coimbra, justificando que «é um serviço social que nos compete desenvolver junto dos idosos e carenciados, sendo, ao mesmo tempo, uma fonte de receita, embora de reduzida dimensão».
O Protocolo de Cooperação celebrado entre a União das Misericórdias Portuguesas e o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social era um dos pontos da agenda. Segundo o protocolo, assinado a 29 de Julho de 2009, a Comissão de Acompanhamento e Avaliação deverá pronunciar-se sobre o modelo de comparticipação familiar para lar de idosos, assim como apresentar um modelo semelhante para as creches. Com reuniões trimestrais obrigatórias, a comissão também terá de apresentar os custos de referências de ambas as respostas. Até Dezembro de 2009, o modelo de comparticipação familiar para lar de idosos e creches deverá ser avaliado pela Comissão de Acompanhamento e Avaliação dos Protocolo e Acordos de Cooperação, podendo surgir novas alterações aos modelos actuais de comparticipação.
Em causa está a necessidade de avaliação das regras de comparticipação tripartida - instituições, famílias e Estado, assim como a adaptação destas regras às restantes respostas sociais, nomeadamente em lares residenciais, centros de actividades ocupacionais e centro de dia.
No final da reunião, a provedora da Misericórdia de Tentúgal, Maria Clara Oliveira, convidou os cerca de cinquenta representantes das 17 misericórdias presentes para um almoço na Misericórdia anfitriã. Os visitantes também usufruíram da oportunidade de apreciarem a doçaria conventual de Tentúgal e conhecer o secular património construído desta vetusta vila do Baixo Mondego.
De referir que o Secretariado Regional de Coimbra das Misericórdias tem como presidente a Misericórdia de Arganil e secretários as Misericórdias de Montemor-o-Velho e de Soure.

Diário de Coimbra

Sem comentários: