quinta-feira, 4 de março de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Tábua

Escrito por Manuela Ventura
fisioterapia

Hospital de Tábua alarga
cuidados a utentes do SNS

O protocolo com a ministra da Saúde foi assinado em Setembro, mas só agora começa a produzir efeitos práticos. Falamos da prestação de cuidados de Medicina Física e de Reabilitação pelo Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Tábua aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Trata-se de uma dupla benesse, no entender do provedor da Santa Casa da Misericórdia, uma vez que «significa o reconhecimento», por parte da tutela, «de tudo aquilo que a Misericórdia tem vindo a fazer, particularmente nos últimos anos», afirma o capitão Ferreira Marques, para quem este acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) representa «um estímulo à tenacidade da Misericórdia, no sentido de desenvolver uma acção meritória em termos de cuidados de saúde».

Mentor do projecto de recuperação do antigo hospital, no sentido da sua transformação numa unidade de cuidados continuados de excelência, Ferreira Marques está orgulhoso do trabalho que tem sido feito, pois trata-se de «um serviço que enobrece o concelho», muito embora, sublinhe, «não esgote a sua capacidade com a população de Tábua», uma vez que também serve os concelhos vizinhos.

Mas se importa sublinhar - e o provedor fá-lo com manifesta satisfação - o serviço de excelência que o Hospital da Santa Casa da Misericórdia presta ao nível da Medicina Física e da Reabilitação, Ferreira Marques destaca o significado especial de que este acordo com o SNS se reveste em termos de acessibilidade aos serviços. O provedor aponta as dificuldades económicas que atingem, hoje em dia, a maioria das famílias, agravadas com situações de desemprego, bem como as distâncias que os utentes a quem o médico de família prescreva tratamentos de medicina física e reabilitação tinham de se sujeitar até à data, uma vez que «eram encaminhados para Oliveira do Hospital, Arganil, Lousã, ou mesmo para Coimbra».«Muitos talvez nem fizessem o tratamento», admite o provedor, salientando o cansaço que, na maioria dos casos, o tratamento implica, agravado pelas deslocações.

Ambos os serviços já estão a funcionar para os utentes do SNS, com efeitos reportados ao início do ano, muito embora, segundo apurámos, os trâmites burocráticos do protocolo só tenham sido concluídos já este mês.

Ferreira Marques não tem qualquer ideia acerca das solicitações que vão chegar ao Hospital da Santa Casa de Tábua, mas assume esta situação «como um grande desafio» para a instituição e como uma «grande satisfação» pessoal, uma vez que se trata de «uma resposta de proximidade» e de «grande qualidade» em termos técnicos. O provedor lembra que Tábua, à semelhança do que acontece com praticamente todos os concelhos do interior, «tem uma população muito envelhecida», grande parte da qual carece de cuidados de Medicina Física e de Reabilitação, que agora têm ali “à mão”. «Colmata-se assim uma lacuna que existia no concelho», diz, garantindo, «uma resposta mais rápida, com uma deslocação menor e com um serviço de qualidade» a «baixos custos ou a custo zero».

Unidade de referência
Inaugurado em Setembro de 2007 pelo Presidente da República, o renovado Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Tábua afirma-se hoje como uma referência em termos de cuidados continuados. «É uma das maiores unidades e está completamente cheia», assegura o provedor, apontando para as 76 camas disponíveis, 23 de média duração e 53 de longa duração, bem como para a qualidade dos equipamentos e dos técnicos que ali trabalham. «Para além de um edifício bonito, com uma certa nobreza, oferecemos aos nossos utentes e ao nosso pessoal óptimas condições», refere Ferreira Marques, que diz mesmo que são os utentes da instituição quem faz o seu melhor marketing, uma vez que a recomendam aos amigos. O provedor elogia ainda «o grupo médico» que ali presta serviço, a cujo «empenho» soma o dos enfermeiros, na sua maioria em situação de primeiro emprego. «Apostámos na juventude e isso tem dado frutos, temos uma equipa muito boa», afirma.

Orgulhoso da Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Tábua, Ferreira Marques considera-a um baluarte, em termos de qualidade, que as populações de Tábua e dos concelhos vizinhos «precisavam e mereciam». Por isso elogia a aposta que o SNS fez a este nível. «Não era possível, hoje em dia, continuarmos sem esta valência», refere, confiante que, depois da criação do SNS esta será a segunda «grande revolução», relativamente à qual não tem quaisquer dúvidas: «as pessoas precisam mesmo». Também por isso Ferreira Marques considera que valeu a pena a aposta de risco que a Santa Casa fez, em 2005, no sentido de proceder à remodelação e ampliação do antigo hospital para ali instalar uma unidade de cuidados continuados de referência.

Unidade possui
equipamento de vanguarda
O Centro de Medicina Física e Reabilitação da Misericórdia de Tábua tem ao dispor dos utentes serviços de fisioterapia, electroterapia, vibroterapia, fototerapia, termoterapia, hidrocinesibalneoterapia, massoterapia, ventiloterapia, cinesiterapia, mecanoterapia, terapia ocupacional, terapia da fala e treinos terapêuticos.

O serviço situa-se no piso térreo do hospital, com acesso directo ao exterior e dispõe de sala de espera e recepção dos doentes, gabinetes de consulta, gabinetes de avaliação de terapia da fala e terapia ocupacional. Para os tratamentos dispõe de ginásio, sala de electroterapia constituída por 10 boxes, sala de cinesiterapia respiratória, balneários, piscina e jacuzzi.

Diário de Coimbra

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