sábado, 29 de novembro de 2008

Misericórdia de Viseu

Câmara e Misericórdia de Viseu de mãos dadas contra a pobreza

Texto deEmília Amaral Fotos deArquivo / Jornal do Centro

Em Viseu, embora uma cidade onde a população ainda está a crescer, não se conhecem casos graves de sem abrigo ou de fome evidente, mas a crise instalada no país está a criar grandes dificuldades a muitas famílias que vivam no limite daquilo que podemos chamar de qualidade de vida. O desemprego, é sobretudo a causa número um destes casos, desencadeando um conjunto de problemas que já passam pela falta de comida para uma refeição diária.

Tanto a Misericórdia como a câmara de Viseu, têm identificadas várias situações de pobreza na cidade e no concelho. O provedor da Santa Casa, Magalhães Soeiro fala em "pelo menos 60 pessoas" das freguesias de Santa Maria, de S. José e de Coração de Jesus. Nesta altura, as instituições de apoio social não querem avançar com zonas concretas em que as dificuldades têm vindo a aumentar, mas os olhares estão particularmente atentos a locais como o Centro histórico e alguns bairros sociais.

Para dar resposta ao problema a Misericórdia e a autarquia assumem um projecto de parceria para pôr a funcionar dois projectos de apoio aos novos carenciados.

A Santa Casa vai transformar o edifício da maternidade do antigo Hospital de Viseu num refeitório de apoio social. O projecto está pensado há cerca de um ano, mas só agora vai ser possível avançar. A Misericórdia vai gastar cerca de 20 mil euros em obras de requalificação do edifício, onde a breve prazo serão servidas refeições gratuitas aos mais carenciados, refeições essas confeccionadas nos serviços centrais, na Residência Rainha Dona Leonor. A par das refeições, o projecto prevê um conjunto de apoios especiais.

"São instalações com finalidades especiais. Primeiro resolvemos o problema da alimentação, depois o problema do vestuário e depois, eventualmente, vamos adaptar as instalações a uma função mais ligada à saúde [serviços de enfermagem, medicamentos, banhos e dormidas ocasionais]", especifica Magalhães Soeiro. O provedor acrescenta a possibilidade do plano englobar um armazém condicionado para armazenar bens alimentícios destinados a servir as pessoas que não se podem deslocar ás instalações.

Sem querer usar a palavra pobre, o responsável admite chamar ao projecto de apoio social "Braço Amigo", onde o que ser quer é "dar uma ajuda às pessoas que vivem em dificuldade. Pelo menos uma refeição completa".


Primeiras refeições no início de 2009
> A Santa Casa da Misericórdia adianta que as primeiras refeições devem começar a ser servidas nos primeiros meses de 2009. A medida sofreu algum atraso devido a algumas indefinições relacionadas com o edifício que é propriedade da instituição, localizado junto à futura pousada de Portugal, antigo Hospital S. Teotónio.

ed. 350, 28 de Novembro de 2008
Jornal do Centro

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