segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Gaia

Nova avenida e 525 habitações nas Devesas
Acordo entre Câmara e Misericórdia abre a porta à construção numa antiga quinta, junto à rotunda da VL8
00h30m
CARLA SOFIA LUZ
Os oito hectares da Quinta das Devesas, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, vão ser rasgados por uma nova avenida. O plano prevê, ainda, a construção de sete edifícios de habitação, designadamente uma torre com 18 pisos.

A transformação surge numa área verde contígua à estação das Devesas. A abertura da via projectada há mais de 15 anos entre a rotunda da VL8 e a Rua de D. Leonor de Freitas satisfará a pretensão antiga da Misericórdia de fazer um aproveitamento urbanístico daquela propriedade.

O plano, acordado entre a Autarquia e a Santa Casa, aponta para a construção de sete edifícios que criarão mais 525 habitações na zona. A poucos metros da rotunda das Devesas, nascerá uma torre com 18 pisos com espaço para habitações, comércio e serviços. Os restantes prédios terão 12 pisos. O projecto de loteamento da Quinta das Devesas contempla a construção de um parque público e a naturalização de uma ribeira. Ao longo da avenida, serão rasgadas baias de estacionamento com capacidade para acolher 161 viaturas. Contabilizam-se, ainda, 104 lugares públicos e de 1138 privados enterrados.

O processo da Quinta das Devesas soma quase duas décadas. Já em Março de 1992 e após uma negociação com a Misericórdia, a Câmara viabilizou a edificabilidade nos terrenos da quinta, apoiada pela nova via. Então, o entendimento contemplava a cedência do solar, da área envolvente e do terreno para a construção do arruamento ao Município.

"Volvidos 16 anos, a intenção manifestada na deliberação de Câmara não se veio a concretizar", pode ler-se na proposta de ratificação do protocolo, estabelecido no mês passado entre a Autarquia e a Santa Casa, que será analisada, na reunião de hoje, pelo Executivo gaiense.

Face à vontade camarária de executar a avenida, orçada em 4,5 milhões de euros e cujo concurso público foi lançado em Março deste ano, retomaram-se as negociações entre as duas instituições, fechando um acordo delineado há 16 anos. Dos oito hectares, sete serão cedidos à Autarquia para rasgar a via e os espaços verdes. O solar passará para a posse municipal, porém a proposta de loteamento não indica qual será a finalidade do edifício e da zona envolvente (com uma área total de 22 mil metros quadrados).

O protocolo estabelece que, caso não seja possível realizar a solução urbanística desejada pela Misericórdia de Gaia, a Câmara terá de expropriar o terreno ocupado pela via, indemnizando a Santa Casa, e devolver as restantes parcelas cedidas.

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