sábado, 22 de novembro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Aveiro

Aveiro: SIMRIA planeia mudar-se para edifício-sede da Misericórdia
Sem capacidade financeira para fazer obras no edifício-sede, a Misericórdia de Aveiro vai alienar o imóvel no centro da cidade. A SIMRIA abandona as actuais instalações, adquirindo o imóvel da Santa Casa

Está em curso uma negociação entre a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro e a SIMRIA-Saneamento Integrado dos Municípios da Ria, no sentido desta empresa adquirir as suas instalações/sede, na Rua de Coimbra, em Aveiro.
A negociação não está terminada, decorrendo ainda os passos necessários para ver se há “condições para a negociação avançar” no âmbito de um estudo das possibilidades para ter instalações próprias”, como disse ao Diário de Aveiro o administrador-delegado, Jorge Torres. Da parte da Misericórdia, o provedor Lacerda Pais já obteve a “autorização da Assembleia Geral”, no sentido de avançar com o processo, encontrando-se já formada uma comissão de negociação.
Se as duas parte chegarem a acordo, haverá um benefício mútuo. Por um lado, a Misericórdia, encontrando-se em dificuldades financeiras, consegue que o imóvel seja recuperado, garantindo ainda um espaço no edifício – onde continuarão a funcionar os serviços da provedoria – e a título gratuito.
O edifício tem uma área demasiado grande para as necessidades da Santa Casa que, aliás, não tem falta de espaços, dispondo de outros locais no centro de Aveiro, em Cacia, Oliveirinha e Esgueira.
Segundo uma estimativa feita do montante necessário para uma intervenção no imóvel, Lacerda Pais diz que as obras de recuperação deverão custar entre 500 a 600 mil euros. Do lado da Rua Luís Cipriano, o prédio encontra-se em ruínas e, neste ponto, o provedor faz um reparo crítico à falta de manutenção “por quem passou por cá”.
A SIMRIA terá de assumir aquele custo e mais uma parcela pela aquisição do imóvel, podendo situar-se o negócio – adicionando o custo do imóvel às obras de recuperação e adequação às novas funções – num valor superior a um milhão de euros.
Recorde-se que as instalações foram adquiridas pela Misericórdia à família do Dr. Carinha, do Porto, em 2004, por 780 mil euros, contraindo para o efeito um empréstimo bancário de 750 mil euros a 15 anos.
Se o negócio for consumado, a SIMRIA, deixa de continuar a pagar uma renda pelo espaço onde se encontra, na Rua Capitão Sousa Pizarro, e mudará para um imóvel que passará a ser propriedade sua. Contudo, poderá não ser definitivo, uma vez que será uma venda com opção de retoma. O plano passa pela possibilidade da Misericórdia voltar a adquirir o edifício, no prazo de 28 anos, por um valor que será previamente acordado.
Depois de reunidas as condições para avançar com a compra, a SIMRIA necessitará ainda de obter a aprovação dos accionistas e a apreciação governamental para realizar o investimento. Jorge Torres diz que com a negociação não há um “agravamento” nas contas, além de que tem a vantagem de constituir “mais um património sem esforço adicional”.

João Peixinho

22 Novembro 2008

Diário de Aveiro

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