quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Santa Casa da Misericórdia do Porto

PS e CDU querem parque público
Oposição entende que o acesso à quinta da Prelada deve ser o menos restritivo possível
00h30m
CARLA SOFIA LUZ
O projecto da Santa Casa da Misericórdia do Porto para transformar a quinta da Prelada num parque de cultura e de lazer é bem recebida pelos vereadores do PS e da CDU na Câmara, que defendem o acesso menos restritivo possível.

A ideia nasceu após o encerramento do parque de campismo no último dia de 2006. A Santa Casa, proprietária da quinta classificada como património de interesse público, já definiu o conceito, apontando para um espaço de lazer à imagem de Serralves. A proposta definitiva - incluindo os parceiros, a calendarização das intervenções e o financiamento - ficará concluída até final de Março do próximo ano. Até lá, como noticiou o JN, a Misericórdia aprofundará contactos com várias entidades na expectativa de estabelecer parcerias para o desenvolvimento de actividades na quinta convertida em parque.

Embora ainda não estejam determinadas as condições de fruição do espaço, é quase certo que o acesso será pago para criar receitas que permitam suportar a manutenção. Os vereadores de Oposição - que ontem viabilizaram a cedência do terreno municipal anexo à quinta e que será integrado no parque à Santa Casa da Misericórdia do Porto - gostariam que o futuro parque da Prelada fosse de acesso global. O socialista Francisco Assis considera que cabe à Autarquia do Porto tornar essa condição possível.

"A Câmara deve encetar negociações com a Santa Casa e estabelecer um protocolo para que o acesso à quinta tenha a menor quantidade de restrições possível e seja de acesso mais global. Entendemos que ali deve ser construído um parque urbano e a Câmara deve colaborar com a Misericórdia para que a globalidade da população possa usufruir dessa zona verde", referiu Assis, recordando a concordância do presidente Rui Rio (manifestada na reunião) com a sugestão do PS.

O comunista Rui Sá partilha das mesmas preocupações e insiste na salvaguarda futura daquela mancha verde do Porto. No entanto, a solução ideal para o autarca seria a cedência por parte da Santa Casa da totalidade da quinta da Prelada ao Município, para que este pudesse construir um parque público. "A Autarquia podia ficar com os terrenos, assumindo o ónus da recuperação de casas da Misericórdia no Centro Histórico", sugere o autarca.

Ontem foi aprovada, por unanimidade, a cedência do terreno municipal com 63 mil metros quadrados à Santa Casa em troca de cinco propriedades na cidade, em particular aquelas onde se encontram as instalações do Académico e do Vigorosa. O objectivo final é ajudar os clubes.

Jornal de Notícias
05-11-2008

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