domingo, 19 de outubro de 2008

Luta pela Caridade

Luta pela Caridade



A Igreja Católica e as Misericórdias estão em pé de guerra. Tudo por causa da natureza jurídica das Santas Casas que para os bispos são instituições públicas e eclesiásticas e para a União da Misericórdias Portuguesas (UMP) são associações particulares de fiéis, de cariz eclesial. As Misericórdias foram criadas pela sociedade civil (1498) e não pela Igreja.
PATRIMÓNIO INCALCULÁVEL DAS MISERICÓRDIAS

289 igrejas e capelas e inúmeras peças de arte sacra constituem o valiosíssimo património religioso das Misericórdias.
350 lares de 3.ª idade, para além de outros tantos centros de dia são forte marca da acção social das santas casas.
610 creches, jardins-de-infância e centros de actividades de tempos livres. Ao todo, acolhem cerca de cem mil crianças.
68 hospitais são das Misericórdias. Entre eles há 19 de agudos. Há ainda 70 unidades de cuidados continuados.
45 farmácias de venda directa são uma das maiores fontes de rendimento das Misericórdias. Há quatro desactivadas.
34 praças de touros.( É uma das curiosidades no imenso património das Misericórdias.)

A seguir ao Estado (administração central e autarquias), as Misericórdias são o maior empregador do País, com mais de 50 mil funcionários.

A maioria das receitas provém de subsídios do Estado



Posto isto assim, já percebemos do que estamos a falar e de como o vil metal se torna importante na caridade organizada e subsidiada pelo Estado.

Organizar a caridade e manter os pobres contidos com o mínimo e em simultâneo impedir reivindicações desregradas e descontroladas só se pode fazer bem, tendo subjacente essa velha máxima que, ser pobre dá entrada directa no reino dos Céus, e aí obterão a felicidade eterna. Amém.

Mas, o que mais espanta é que ,subjacente à tolerância do grande líder, laico, socialista e neoliberal para com este organizar da caridade e esta luta fratricida, está a necessidade que o Estado têm de se desresponsabilizar pelas questões sociais e de encontrar quem as assuma,de alguma forma, não lhe interessando como, nem porquê. O que interessa ao grande líder é o aliviar tensões socais sabendo que estas instituições conseguem deixar satisfeito quem nada recebeu , cumprindo à risca o seu papel de "amortecedor social". As Misericórdias apresentaram sempre uma grande compaixão pelos deserdados da sorte porém, só lhes garantem o mínimo e nunca o necessário .

Vai ser uma luta de morte que se irá desenvolver no silêncio, na calada das rezas, pelo controle jurídico das mesmas e consequentemente pelo controle do seu imenso património, dos subsídios estatais, da influência e do dinheiro que ainda vão poder ganhar com os pobrezinhos.
Tudo a bem da Nação !

in blog Menina Idalina

Sem comentários: