quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia do Fundão

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA SANTA CASA
Passivo da Misericórdia atinge os sete milhões
De entre os casos denunciados está a falta de rigor na admissão de utentes ou o movimento de contas não justificado



As situações que levaram à condição em que a Santa Casa da Misericórdia do Fundão se encontra e que conduziram a que esteja a ser gerida por uma Comissão Administrativa, estão a ser investigadas. Foi feita uma queixa ao Ministério Público, estando actualmente a decorrer o inquérito, que está em segredo de Justiça.

O dado foi avançado segunda-feira, pela Comissão Administrativa, num encontro em que foi dada conhecer a situação encontrada depois de ter tomado posse há 10 meses.

O presidente da Comissão, padre Américo Encarnação Vaz, lembrou que "nos deparamos com uma situação económica e financeira extremamente com-plicada", uma vez que "as finanças e a tesouraria encontravam-se profundamente debilitadas e desequilibradas e o orçamento para o exercício de 2008 baseado em pressupostos de receita absolutamente irreais".

Américo Encarnação Vaz recorda também que "verificámos ter sido nos últimos exercícios que esta situação deficitária sofreu sucessivos e progressivos agravamentos, até chegar ao ponto do exercício de 2007 apresentar um prejuízo de cerca de 500 mil euros", sendo que "com este elevadíssimo deficit do último ano, o passivo da Santa Casa ultrapassa, nesta hora, os sete milhões de euros".

O encontro de segunda-feira teve como objectivo dar a conhecer "um conjunto de situações que, no mínimo, qualificamos de incorrectas".

Entre estas está "a existência de uma conta aberta em nome da Santa Casa, em 1993, e fechada em 2005, que foi movimentada por alguns membros da Mesa Administrativa, então vigente, até 2001". Conta esta "paralela, que de facto não reflectia nas contas anualmente apresentadas aos irmãos, foram movimentados, a crédito e débito, dinheiros da instituição de montantes superiores a 500 mil euros, beneficiando de grande parte deste valor pessoas sem qualquer vínculo à instituição e que, segundo informações recebidas, não lhe prestaram qualquer serviço, em contrapartida, que justificasse tais pagamentos".


Donativos e imobiliário por registar

Outro ponto focado tem a ver com os custos do Lar Nossa Senhora de Fátima. Neste caso é adiantado, entre outras questões, que os custos de construção e fiscalização da obra "apresentam-se manifestamente desajustados, por excesso, se atendermos ao volume e à qualidade da obra".

Jorge Gaspar, da Comissão, a adianta que "representam 25 por cento da obra". Construção que como é destacado não foi a melhor, porque o Lar abriu em 2006, mas "a capela ameaça ruir, pelo que já foi vedada, e há infiltrações".

(…) A notícia continua na íntegra na edição impressa do Jornal.


29-10-2008
Gazeta do Interior

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