domingo, 19 de outubro de 2008

Misericórdia de Azambuja

Igreja e Edifício da Misericórdia de Azambuja


A Igreja e edifício da Misericórdia da Azambuja, também conhecida por Igreja do Espírito Santo enquadra-se na Categoria da arquitectura religiosa, tipologia de Igreja, está classificada como Imóvel de Interesse Público (IIP) pelo Decreto n.º 31/83, DR 106, de 09-05-1983.



“A vila de Azambuja, inicialmente denominada por "Vila Franca", foi fundada por D. Sancho I em 1200, que concedeu a povoação a D. Rolim, um cruzado flamengo. Na segunda metade do século XIII, a vila era governada pelo alcaide Rui Fernandes, que em conjunto com a sua mulher D. Elvira Esteves, executou em 1272 o primeiro foral, que consignava a regulamentação da vida da comunidade, tanto no centro urbano como no seu termo. “


O primeiro hospital da vila foi instituído em 1304 por Pedro Estevães do Sobral e sua mulher, Esteva Fernandes, entregue à irmandade do Espírito Santo, que edificou capela própria no espaço adjacente.


Em 1552 os irmãos do Espírito Santo decidiram fundar uma irmandade da Misericórdia em Azambuja, com sede na sua capela. À semelhança do que aconteceu em muitas localidades do país, a Misericórdia foi autorizada posteriormente por provisão régia, passando a administrar os organismos de assistência já existentes na vila. Desta forma, tanto a Irmandade do Espírito Santo como o seu hospital passaram para a alçada da Misericórdia, cujo templo terá sido transformado posteriormente, talvez já no início do século XVII, segundo um projecto de gosto maneirista. Os espaços da capela e do edifício da irmandade estão dispostos de forma contígua, desenvolvendo-se longitudinalmente.


O templo apresenta um modelo estrutural muito semelhante às igrejas de Misericórdia construídas na mesma época, com planta de nave única, formando um espaço unitário articulado com a capela-mor. A fachada, cuja estrutura apresenta um registo único, possui ao centro um portal de moldura rectangular ladeado por pilastras e encimado por frontão esculpido em 1701, segundo data inscrita no mesmo, rematado por cruz e pináculos e enquadrando o escudo de Portugal ladeado por duas esferas armilares.


Do lado esquerdo da fachada foi colocada a sineira, também rematada por frontão triangular. A fachada lateral do templo apresenta no registo superior duas janelas de sacada, com guarda de ferro e moldura rectangular rematada por friso. O interior, de nave única, possui coro-alto e púlpito, do lado do Evangelho. O espaço é coberto por tecto de dois panos. Junto ao arco triunfal, decorado com talha dourada, foram edificados os altares colaterais, de talha rococó policroma. A capela-mor, coberta por abóbada de berço, alberga ao centro o altar principal, de talha barroca dourada.


No espaço exterior à igreja subsiste ainda o claustro hospitalar, de planta rectangular com apenas um piso, aberto por arcada de volta perfeita assente sobre colunas toscanas.”


Fonte: IPPAR

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