sábado, 20 de dezembro de 2008

Santa Casa da Misericórdia do Rosmaninhal

Parteira do Rosmaninhal celebra 100 anos
Teresa Correia regressou à terra natal para ouvir os parabéns do povo do Rosmaninhal. Muitos nasceram pelas suas mãos.

Não é tão conhecida como Manoel de Oliveira, que nasceu na mesma semana do já longínquo ano de 1908. Mas na aldeia do Rosmaninhal quase todos sabem quem é Teresa Correia, que viu a luz pela primeira vez a 13 de Dezembro de 1908. Cem anos depois apresenta-se como “uma velha já rabugenta”, nas palavras da própria. Ninguém diria pelo aspecto e a atitude com que recebe os parabéns dos vizinhos e amigos, à entrada da Santa Casa da Misericórdia do Rosmaninhal, que lhe abriu as portas para a festa de aniversário. E não são poucos, a julgar pela casa cheia na tarde do último sábado.

Teresa Correia nasceu e viveu no Rosmaninhal até à morte do marido. Depois foi para Lisboa, para junto da família, com a qual ainda se encontra. Teve cinco filhos, que lhe deram oito netos. A prole fica completa com os seis bisnetos e uma trineta.

Nasceu no campo e durante quase toda a vida foi dele que tirou sustento. “Trabalhava no campo, fazia queijos, ceifava, era o que podia”. Mas as mãos que amanhavam a terra também ajudaram muita gente a nascer. “Não havia parteiras e eu atendia as senhoras”, conta a aniversariante. Ajudou até a nascer a própria nora, que assiste à conversa. Maria Teresa Folgado diz que a sogra “está completamente lúcida e come muito bem”, sendo caso único na família no que toca a longevidade. “A minha sogra tem sido uma pessoa muito rija, que trabalhou no campo”, diz.

Aos 100 anos Teresa Correia queixa-se dos ossos e do andar. De resto ainda come um pouco de tudo. A última vez que veio ao Rosmaninhal foi no Verão e regressou no aniversário por insistência dos netos, que quiseram oferecer à avó uma festa com a gente da terra. Álvaro Rocha, o presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, também marcou presença e afirmou “fazer 100 anos no nosso concelho vai acontecendo, mas gostamos de estar nestas festas que são raras”.

Reconquista

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