sábado, 31 de janeiro de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Alenquer

Instituição garante condições e tem lista de espera de 80 utentes
Deco defende encerramento de Lar da Misericórdia de Alenquer


Em causa está a falta de condições no projecto de segurança contra incêndios do lar que acolhe 75 idosos durante a noite.


O Lar da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, um dos quatro que a DECO solicitou o encerramento por questões de segurança, diz que faz o “possível” e tem 80 idosos em lista de espera. Foi com espanto que os responsáveis da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer (SCMA) receberam a notícia de que a Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) tinha solicitado o encerramento para obras do lar de idosos, por considerar que coloca em risco a vida das pessoas que ali vivem.

Em declarações à Agência Lusa, José Joaquim Carvalho, secretário da mesa administrativa da SCMA, lamentou a posição da DECO e que surge cinco dias depois de ter recebido uma carta da associação que “não fazia qualquer referência à necessidade de encerramento”.

“Agradecemos a disponibilidade e a forma transparente como nos abriram a porta (…) certos em como espelha bem a vontade de fazer melhor”. É desta forma que começa a carta da DECO que no dia 22 deste mês chegou ao lar de Alenquer, garantiu à Lusa José Joaquim Carvalho.

“A carta identifica as carências que temos e que se prendem com condições de segurança contra incêndio. Mas estamos num convento do século XVI e não é fácil instalar portas contra-fogo”, sublinhou o responsável, lembrando que “uma coisa é o ideal, outra é o possível”.

Outra das deficiências apontadas prende-se com a escassez de pessoal durante a noite: os 75 idosos do lar são acompanhados por um funcionário, diz a DECO. José Joaquim Carvalho lembra que, além do funcionário, estão ainda “mais quatro religiosas em permanência”.

A colocação de 16 pessoas num grande espaço, que foi dividido em quatro quartos abertos, é outra das falhas apontadas, mas o responsável do lar referiu que todos os quartos têm janela e que estas “são as condições que existem do que foi possível fazer”.

A solução encontrada pela direcção da SCMA para resolver estas situações foi construir um novo espaço para os idosos, que deverá estar concluído dentro de dois anos, revelou o responsável, lembrando que até lá não vão deixar as pessoas na rua.

José Joaquim Carvalho lamenta a posição da DECO, lembrando que aquele lar tem uma lista de espera de 80 pessoas e a maioria conhece as condições da casa.

“Estamos a tentar ser úteis à população da zona. Visitamos as casas dos utentes e a verdade é que 90 por cento viviam em condições bem piores das que encontram aqui”, disse.

A DECO visitou em Agosto de 2008 um total de 28 lares de idosos nas regiões de Lisboa e do Porto, tendo “chumbado” 21 na sua avaliação, considerando mesmo que quatro deles, na zona da capital, não reúnem condições mínimas de segurança.

“Pedimos que estes quatro sejam encerrados para obras enquanto não conseguirem condições mínimas de segurança. São lares que colocam em risco a vida das pessoas”, disse, em conferência de imprensa, Teresa Belchior, responsável da DECO.

Além do lar de Alenquer, a DECO defendeu o encerramento da Mansão de Santa Maria de Marvila, da Associação Serviço Social ASAS e da Confraria S. Vicente de Paulo.

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