Festa na Misericórdia de Castelo Branco
Isabel Ferreira no dia dos 100 anos
A rainha do Dia de Reis fez 100 anos
Isabel Ferreira trabalhou nos lanifícios, teve uma tasquinha em Cebolais de Cima e na terça-feira chegou aos 100 anos. COM SOM
Nasceu no Dia de Reis de 1909 e 100 anos depois continua viva e de boa saúde. Isabel Ferreira comemorou a chegada ao centenário no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, aquele que é o seu tecto desde o último mês de Abril. Em poucos meses fez muitos amigos, o que não é de admirar para quem a conhece. Mas é em Cebolais de Cima, a terra natal, que tem grande parte da sua história. Durante muitos anos trabalhou nos lanifícios Balsinha e quando a reforma chegou trocou a fábrica pelo balcão da tasquinha do João “Moleiro”, a alcunha pela qual o marido era conhecido na terra. “O meu homem foi para a França e depois abri a casa”, conta a aniversariante, que momentos depois já está no meio da roda que se formou ao som da música, num dos corredores da Misericórdia.
Isabel Ferreira não teve filhos, mas aqueles que educou pouco se importam com as formalidades e tratam-na como mãe. Ana Salgueiro foi criada por Isabel a partir dos seis anos, quando aquela a que hoje chama mãe casou com o seu pai. Nos últimos 11 anos foi na sua casa que Isabel viveu e só não continua por lá porque a saúde começou a trocar as voltas a Ana Salgueiro. Isabel Ferreira, por seu lado, continua rija e tirando um medicamento para a diabetes não faz mais despesa de farmácia. “Ela sempre foi uma pessoa com muita saúde e muito espírito positivo”, diz a filha, que lhe gaba a dedicação à família e não só. “Ela foi madrinha de ciganos, se ia qualquer pessoa lá a casa a pedir qualquer coisa dava o que tinha e ficava sem nada”, conta.
A alegria com que Isabel Ferreira tem percorrido o caminho da vida é também destacada por Lucinda Morgado, sua colega da fábrica de lanifícios. “Era sempre assim alegre, boa senhora e boa companheira”, diz esta amiga da família. Isabel Ferreira continua lúcida e ciente dos seus. Ana Salgueiro conta que a mãe “fez questão de dizer as pessoas que queria aqui hoje”. A festa na Misericórdia começou com uma Missa e continuou pela tarde bastante animada, com direito a bolo, danças e muita música.
Por: José Furtado
Reconquista
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