segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Santas Casas das Misericórdias de Angra do Heroísmo e das Velas

Cuidados continuados só cobrem três ilhas açorianas
Regional | 2009-01-18 23:20

A rede de cuidados continuados integrados para doentes e idosos, em funcionamento há cerca de sete meses no arquipélago, está a funcionar apenas em São Jorge, Angra do Heroísmo e Faial, disponibilizando um total de 89 camas.
Embora esteja previsto a rede integrar os 11 centros de saúde regionais, as duas unidades de ilha (São Jorge e Pico), os três hospitais da região e o Centro de Oncologia dos Açores e, ainda, os três centros geriátricos da região, propriedade das Santas Casas das Misericórdias locais, a realidade é que só a Casa de Repouso João Inácio de Sousa, nas Velas, e as Misericórdias de Angra do Heroísmo e Horta, assinaram protocolos de cooperação com as respectivas unidades de saúde locais e segurança social. "O objectivo é alargarmos a rede a todas as ilhas, mas até à data, as parcerias efectuadas são só estas três", adiantou ao Açoriano Oriental Online a directora regional da Saúde, Sofia Duarte. Encontra-se em fase final de negociação o protocolo com a Fundação Pia Diocesana no sentido da Clínica do Bom Jesus, em Ponta delgada, também poder disponibilizar camas para esta rede. Em São Jorge são disponibilizadas 30 camas, em Angra 12 e, na Horta, 47. O seu financiamento é assegurado pelas verbas da Saúde e da Segurança Social, havendo sempre um contributo dos idosos, através das pensões de reforma, mas que nunca ultrapassa os 80% do montante recebido. Cabe à Instituição Particular de Solidariedade Social, parceria do serviço regional de Saúde, disponibilizar os técnicos que acompanham o utente, seja na área dos cuidados de higiene ou na reabilitação, providenciando, entre outros, terapeutas ocupacionais ou da fala. A rede de cuidados continuados visa "prestar cuidados de saúde de qualidade e ajustados" às pessoas idosas e a cidadãos em situação de dependência, de perda de autonomia, procurando sempre restabelecê-la através de um trabalho de reintegração. A filosofia subjacente pressupõe que possam ser prestados cuidados de saúde e apoio social ao paciente desde a alta hospitalar até ao domicílio do doente, garantindo a continuidade do seu tratamento, a recuperação funcional e a reinserção em unidades de internamento alternativas ao hospital. Nos casos de maior autonomia, estes cuidados podem ser prestados em casa, através da criação de equipas de cuidados domiciliários nos centros de saúde em articulação com as equipas de segurança social. Nos Açores, a rede existente, apoia pessoas idosas, com dependências funcionais e patologias crónicas em unidades de internamento que estão divididas em Unidades de Média Duração e Reabilitação (UMDR), Unidades de Longa Duração (ULDM) e Unidades de Cuidados Paliativos (UCP). Estas últimas ainda não estão a funcionar num espaço físico, determinado especificamente para o efeito. "Gostaríamos muito que o Serviço Regional de Saúde já estivesse habilitado a fornecer esse serviço, mas infelizmente não temos os meios", acrescenta a responsável pela Direcção Regional. Sofia Duarte lembra que a nível nacional essas unidades "são poucas" e, para ultrapassar esta dificuldade, importante no acompanhamento de doentes em fase terminal, "recorremos aos serviços oferecidos pelos técnicos das unidades de saúde".

Carmo Rodeia

AO

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