sábado, 31 de janeiro de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Seia

“Hospital de retaguarda” vai ser construído na Folgosa do Salvador
Misericórdia de Seia já pode avançar com construção da Unidade de Saúde


Dirigentes da Misericórdia deslocaram-se a Lisboa para assinar protocolo
Governo assina apoia projecto da Santa Casa da Misericórdia de Seia para a instalação de uma Unidade de Média Duração e Reabilitação e de uma Unidade de Longa Duração e Manutenção. Unidade de Saúde terá ainda uma Unidade de Dia e de Promoção de Autonomia e uma Unidade de Recuperação Global.
A Santa Casa da Misericórdia de Seia vai passar a dispor de uma Unidade de Saúde constituída por unidades de média duração e reabilitação, de longa duração e manutenção, uma Unidade de Dia e de Promoção de Autonomia e uma Unidade de Recuperação Global, adiantou ao PE o Provedor Fernando Béco.
A assinatura do protocolo de financiamento para a construção da futura Unidade de Saúde, no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), foi efectuada entre Fernando Béco e João Pedro Pimentel, Presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, no passado dia 15 de Janeiro, numa cerimónia presidida pelo Primeiro-Ministro, em Lisboa.
Em declarações ao PE, o provedor explicou que a nova unidade da Misericórdia vai possuir uma unidade de média duração e reabilitação, com 14 camas, e uma unidade de longa duração e manutenção, com 30 camas. A infra-estrutura passará também a dispor de uma Unidade de Dia e de Promoção de Autonomia e uma Unidade de Recuperação Global.
A Unidade de Dia e de Promoção de Autonomia «servirá para a prestação de cuidados integrados de suporte de promoção de autonomia e apoio social em regime ambulatório, destinados a pessoas com diferentes níveis de dependência e que não reúnam condições para serem cuidadas no domicílio», adianta.
A Unidade de Recuperação Global «visa a recuperação e a reabilitação global do cidadão com perda de funcionalidade ou em situação de dependência, através de fisioterapia e hidroterapia», salientou.

Região Centro passa a ter 774 novos lugares
Na quinta-feira, o Primeiro-Ministro anunciou a antecipação em um ano, para 2009, da meta de ter 8.200 camas na rede de cuidados continuados, medida que disse representar «um investimento de 100 milhões de euros».
Na primeira fase da aplicação deste programa, o Governo decidiu aprovar todas as candidaturas tecnicamente válidas apresentadas ao concurso já aberto. Um total de 102 candidaturas foram aprovadas, tendo sido assinados os protocolos, o que representa mais 3.138 camas na rede. O financiamento público é de 66 milhões de euros. A região Norte terá 836 novos lugares, o Centro 774, Lisboa e vale do Tejo 963, Alentejo 315 e Algarve 250.
Na segunda fase da aplicação desta medida será publicado «o aviso de abertura de novas candidaturas para um apoio público de 35 milhões de euros, o que acrescentará mais 1.500 camas à rede de cuidados continuados», segundo José Sócrates.
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados foi criada em 2006 pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social com o objectivo de permitir aos utentes recuperarem a autonomia para as actividades da vida diária e reduzirem o seu grau de dependência.

27 meses para concluir a obra
A partir de agora, e com a assinatura do protocolo de financiamento, o projecto da Misericórdia de Seia, que já tinha sido aprovado pela Câmara Municipal está a ser readaptado, uma vez que vão ser excluídos os cuidados continuados e paliativos, que vão ser integrados no novo edifício do Hospital de Seia, e inserida a Unidade de Dia.
Sem adiantar prazos, Fernando Béco tem a esperança de que a obra possa avançar muito rapidamente, prometendo responder «com rapidez e eficiência» porque a Misericórdia tem um prazo de 27 meses, a contar da data da assinatura do contrato, para a construção do edifício. Antevê que a obra possa ser adjudicada no final do primeiro trimestre deste ano.
A Unidade de Saúde da Santa Casa da Misericórdia, que irá possuir 26 quartos num total de 44 camas, vai ser edificada em terrenos que a instituição possui na Folgosa do Salvador, junto ao Lar de 3ª Idade Nossa Senhora da Misericórdia, aproveitando, assim, as sinergias que estabelecerá com algumas das valências e equipamentos já existentes. A infra-estrutura, orçada em cerca de dois milhões de euros, vai criar 25 novos postos de trabalho, que serão acrescidos aos 60 que a Instituição possui actualmente, distribuídos pela Creche e Jardim-de-Infância, onde diariamente convivem 180 crianças, Lar e apoio domiciliário, num total de 112 idosos.

Edifício funcional para permitir maior mobilidade
O projecto da Unidade de Saúde, executado pela arquitecta Raquel Reis do gabinete técnico “Mech, Engenheiros Associados”, de Coimbra, cuja responsável é uma engenheira natural de Seia, Maria Emília Carvalho Homem, foi desenvolvido no sentido de privilegiar sempre a funcionalidade do edifício e a articulação dos serviços, sendo a sua configuração obtida a partir de três volumes articulados por um outro mais elevado.
O acesso principal ao edifício faz-se através de um módulo independente que privilegia a distribuição para todas as unidades. Assim, na unidade de média duração e reabilitação e na unidade de longa duração e manutenção existe um núcleo central com os serviços de apoio aos quartos (controle da unidade/gabinete de enfermagem, banho assistido, zona de sujos e limpos e arrecadações). Os quartos e instalações sanitárias possuem características específicas para serem utilizados por pessoas com mobilidade reduzida. Os projectistas procuraram criar espaços com configurações simples, de cores claras e que permitam uma distribuição eficaz do mobiliário, uma vez que serão espaços de permanência prolongada.
A Unidade de Recuperação Global é dotada de ginásio, hidroterapia, salas de electroterapia e terapia ocupacional, as quais estão preparadas e equipadas para prestar cuidados de reabilitação.
A capela e a central térmica são espaços periféricos que surgem no limite do conjunto, de forma a terem também acessos independentes pelo exterior e não interferirem com o funcionamento das unidades.
O arranjo exterior pretende dotar o edifício de acessos eficazes e fazer a relação do espaço construído com a envolvente próxima. Por outro lado, criaram-se espaços exteriores que se relacionam com o interior do edifício e zonas verdes de permanência dos utentes e visitas no exterior.
Serão criados 57 lugares de estacionamento e acessos automóveis ao edifício, e um acesso pontual, em saibro, à central térmica e lixos. O acesso pedonal também é marcado no pavimento, com lajetas de pedra. Todo o edifício é encerrado por um muro que acompanha as cotas do terreno, criando uma barreira física ao edifício sem, no entanto, o encerrar totalmente.
A área bruta de construção será de 2.592 metros quadrados num terreno com cerca de 30.250 metros quadrados.

Porta da Estrela

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